Exoneração de Coordenador do DSEI do Médio Purus Representa Alívio para Servidores e Vitória das Lideranças Indígenas
Na manhã desta quarta-feira, 11 de setembro, os povos indígenas do Médio Purus receberam com satisfação a notícia da exoneração de *Antônio Cícero Santana da Silva Apurinã, até então coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Médio Rio Purus. A saída de Santana, oficializada por meio de portaria publicada no *Diário Oficial da União, é vista como um ato de justiça após uma gestão marcada por escândalos e denúncias.
Acusado de assédio sexual e moral contra servidores e de má administração, Cicero enfrentava uma série de processos que corroíam a confiança no DSEI. Sob sua liderança, a saúde das comunidades indígenas foi gravemente comprometida, com um aumento alarmante de casos de malária e outras deficiências no atendimento básico. A gestão ineficaz gerou insatisfação entre as comunidades e funcionários, resultando em manifestações e críticas constantes.
A exoneração trouxe um alívio imediato para os servidores, principalmente para as servidoras que denunciaram os repetidos assédios dentro do ambiente de trabalho. “Sentimos que, finalmente, estamos livres de uma situação que nos oprimia diariamente”, declarou uma funcionária que preferiu não ser identificada, expressando a sensação de libertação compartilhada por suas colegas.
Além do impacto positivo entre os servidores, a decisão também representa uma vitória significativa para as lideranças indígenas, que lutavam por mudanças na gestão do DSEI em defesa da saúde e dos direitos de suas comunidades. O afastamento de Santana foi uma resposta às reivindicações de anos, durante os quais as lideranças cobraram ações concretas para melhorar a saúde pública indígena.
No entanto, a exoneração também provoca um revés político para o *prefeito Gean Barros, que estava envolvido em negociações avançadas para o aluguel de um imóvel avaliado em *R$ 40 mil mensais, destinado à nova sede do DSEI Médio Purus. A saída de Santana pode complicar a viabilidade desse contrato, que já vinha sendo alvo de questionamentos quanto à legalidade e pertinência da transação.
Com a saída de Cícero Santana, a expectativa entre os povos indígenas e os servidores é de que a próxima gestão seja pautada pela transparência, comprometimento com a saúde indígena e um ambiente de trabalho mais respeitoso e seguro. O fim dessa fase conturbada marca o início de uma nova era para o DSEI do Médio Purus, que agora busca restaurar a confiança e a eficiência nos serviços prestados às comunidades indígenas da região.
Reportagem: Leonardo Dias (Portal Favorito AM)