“Interesse político”: Organização dos Caciques dos Povos Indígenas de Lábrea, repudia comunicado de Distrito do Médio Purus
A Organização dos Caciques dos Povos Indígenas de Lábrea emitiu uma nota de repúdio contundente contra um texto divulgado recentemente pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), Médio Rio Purus. O comunicado, assinado pela entidade, expressa indignação diante de tentativas de deslegitimar a atuação das lideranças indígenas na luta por melhorias na saúde de suas comunidades.
Na nota, os Caciques reafirmam seu compromisso e direito de defender a saúde de seus povos, uma questão vital para o bem-estar das comunidades indígenas. As acusações dirigidas aos líderes indígenas, segundo a Organização, representam um ataque à autonomia e dignidade dos povos indígenas, especialmente em relação às insatisfações quanto à gestão da saúde na região.
O documento critica diretamente Maria do Carmo Duarte de Medeiros, atual Apoiadora Técnica de Atenção à Saúde no DSEI.
Segundo a nota, Medeiros tem atuado como uma defensora pessoal do Coordenador do DSEI, disseminando informações falsas e desqualificando as lideranças indígenas que se opõem à atual administração. A Organização denuncia que a atuação de Medeiros tem sido pautada por interesses políticos, prejudicando a integridade da assistência à saúde indígena.
A nota também questiona a veracidade das alegações feitas por Medeiros sobre uma suposta seca severa que estaria afetando o Rio Purus e seus afluentes. De acordo com os Caciques, essa informação não condiz com a realidade observada pelas comunidades locais, e não houve qualquer comunicação oficial do DSEI sobre aldeias afetadas.
Outro ponto criticado é a alegação de falta de recursos orçamentários por parte do governo federal para complementar as atividades de saúde indígena. A Organização dos Caciques refuta essa afirmação, destacando o compromisso do Governo Federal com as ações de saúde indígena, especialmente em situações de emergência, como ocorreu no ano anterior durante uma estiagem.
A nota termina exigindo respeito às lideranças e à organização política dos povos indígenas, ressaltando que os Caciques não têm aliança com partidos ou candidatos políticos, mas exercem seu direito legítimo de lutar por melhorias nas políticas públicas que afetam suas comunidades. A Organização reafirma seu compromisso em continuar lutando por uma saúde indígena digna e eficiente para todos os povos que habitam as margens do Rio Purus e seus afluentes.
Este repúdio público destaca a insatisfação crescente das comunidades indígenas com a gestão atual do DSEI Médio Rio Purus e reforça a necessidade de uma administração que respeite e atenda verdadeiramente às necessidades dos povos indígenas da região.

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Reportagem: Leonardo Dias (Portal Favorito AM)