Amazonas

Indicação de Ramir Rachid Said ao DSEI Médio Rio Purus gera controvérsia e amplia preocupações sobre gestão pública em Lábrea

A nomeação de Ramir Rachid Said para o cargo de Coordenador Distrital do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Médio Rio Purus, oficializada por meio da Portaria de Pessoal GM/MS Nº 1.214 no último dia 18 de dezembro de 2024 e publicada no Diário Oficial da União em 19 de dezembro, tem gerado forte repercussão em Lábrea e na região. A decisão, articulada pelo atual prefeito Gean Barros, levanta questionamentos sobre a influência política e a transparência na gestão do órgão responsável pela saúde indígena na região.

Ramir, que atuou como coordenador geral da campanha de Mabi Canizo, atual vice-prefeito de Lábrea e derrotado nas eleições majoritárias deste ano, é esposo de Lorena Sampaio, eleita vereadora no último pleito. Lorena, servidora do DSEI e assistente social na Casa de Apoio à Saúde Indígena (CASAI), está sendo investigada no Processo Nº 0600332-22.2024.6.04.0012 por suspeitas de fraude em documentos públicos de desincompatibilização apresentados à Justiça Eleitoral. A Justiça determinou um prazo de cinco dias para que Lorena apresente sua defesa.

A nomeação de Ramir é vista por analistas políticos e lideranças locais como uma estratégia de Gean Barros para manter influência no DSEI e assegurar poder político na região, mesmo após a conclusão de seu quarto mandato como prefeito. Gean deixará a administração municipal com um histórico de supostas denúncias de dívidas acumuladas, incluindo débitos previdenciários, contas de energia e convênios não executados.

Denúncias recorrentes no DSEI Médio Rio Purus. Desde 2023, o DSEI Médio Rio Purus tem sido alvo de denúncias graves envolvendo assédio moral e sexual, além de suspeitas de desvios de recursos públicos. A indicação de Ramir, em meio a esse cenário, intensifica as preocupações sobre a qualidade dos serviços prestados às comunidades indígenas e à população do município.

Lideranças indígenas têm manifestado publicamente seu descontentamento com a gestão do DSEI e com o histórico de denúncias que o órgão acumula. Para elas, a recente nomeação evidencia a interferência de interesses políticos e pessoais na gestão dos recursos públicos destinados à saúde indígena.

Repercussão e apelos por transparência
A situação gera indignação não apenas entre as lideranças indígenas, mas também entre representantes da sociedade civil que cobram providências imediatas dos órgãos competentes. Há um apelo crescente por uma gestão pública mais ética, transparente e comprometida com os interesses das comunidades atendidas.

Enquanto as investigações avançam, o futuro da gestão do DSEI Médio Rio Purus permanece incerto, alimentando debates sobre a moralidade e os critérios que norteiam as nomeações em cargos estratégicos. A reportagem seguirá acompanhando os desdobramentos do caso e as ações de fiscalização que possam resultar na responsabilização de gestores e na melhoria dos serviços públicos na região.

Reportagem: Leonardo Dias (Portal favorito AM)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *